quinta-feira, 31 de maio de 2012

XIV Encontro Sergipano de História, Ibarê Dantas: Memoria e Historiografia









O XIV encontro sergipano de história ocorreu nos dias 28 a 31 de maio, com a temática; “Ibarê Dantas, memória e historiografia” o objetivo do encontro foi homenagear o historiador Ibarê Dantas. No decorrer do evento foram apresentadas as várias obras de Dantas e suas contribuições na formação de novos historiadores, para prestigiar o autor estiveram presentes, professores, estudantes, o presidente do IGHS, assim como estudantes  e de  outras áreas.
O encontro contou com a participação de professores do departamento de história, como também outros profissionais. No primeiro dia após o credenciamento logo mais a noite, tivemos a conferência de abertura com o professor Frederico Neves, (UFCE) e Lourival Santana Chefe do departamento de história. Frederico Neto que em sua fala ressaltou sobre a greve dos professores e a valorização da carreira dos Profissionais em seguida ele comenta que o tema proposto pelo encontro combina com seu trabalho o qual ele segue há 20 anos, depois ele afirma que o nordeste é uma invenção do século XX.
No segundo dia 29/05, Terezinha Alves de Oliva presidente do IPHAN, Samuel Barros M. Albuquerque (Museologia UFS) e José Afonso de Nascimento (direito UFS) deram seguimento ao evento com a mesa redonda Ibarê Dantas e a história política de Sergipe coordenada pelo professor Fábio Maza.  Os convidados destacaram o foco da obra, o papel das instituições culturais no período de 1964 e 1982, quais os conceitos chaves utilizados, classe dominantes, subalternas e os indivíduos. Depois das discussões com algumas críticas foram enfatizados os valores e limites das obras.
Dando continuidade às atividades, os Palestrantes Francisco José Alves (DHI-UFS) e José Vieira Cruz (UNIT-SE), seguiram uma abordagem mais crítica sobre as obras do homenageado, inclusive a obra história da república em Sergipe. O professor Francisco, começa fazendo uma crítica a obra de Ibarê em vários aspectos, ele revela que o autor é um historiador político que se arrisca pelo campo da economia e da cultura, o que não é segundo o palestrante, satisfatório. Em seguida o professor, faz uma ressalva e explica que o autor foi corajoso em escrever uma síntese em um período extenso e ainda ressalta a importância do livro para o estudo da história republicana de Sergipe. O segundo Palestrante da noite, seguiu o mesmo padrão do primeiro, O professor José Viera, também deu sua visão crítica sobre a obra de Ibarê “História da república em Sergipe”, porém ele coloca em questão a importância da fonte oral usada pelo autor. Por fim ele declara que as obras de Ibarê precisam ser criticadas, gastas e usadas, sendo que a partir do momento em que um livro começa a circular ele deixa de ser do autor e pode ganhar varias interpretações, estas negativas ou positivas.
Durante o dia 30, aconteceram várias outras atividades, logo às oito horas deu início às comunicações, onde alunos de histórias e de várias outras áreas tiveram a oportunidade de mostra seus trabalhos. À tarde as atividades seguiram com os mini- cursos, que tiveram como ministrantes a professora Edna “A independência da capitania de Sergipe”, professor Kleber “ Caminho das Pedras” e a professora Verônica Nunes “Conhecendo o Patrimônio Imaterial”. A noite as palestras seguiram com o Professor Antônio Fernando de Araújo Sá e o professor Antônio Lindvaldo Sousa sobre a coordenação da Professora Edna.
A palestra teve início com o professor Fernando Sá, o qual começa relatando que o tema pode ser trabalho por duas vertentes, uma a amizade a qual ele tem com o homenageado e a outra a importância que a obra tem sobre a historiografia sergipana. Sá revela que a obra de Ibarê é de rupturas, porém segundo ele, não se pode haver rupturas sem recorrer à tradição, em outro momento, o palestrante cita a importância das monografias com o tema sobre Sergipe para o curso de história, em seguida comenta a importância da nova disciplina “Historiografia sergipana” que entrou na nova grade curricular de história. As obras de Ibarê, afirma o Sá, possui influência disciplinar da escola dos annales. Seguindo a história oral, o palestrante parabeniza pelo belo trabalho com a oralidade na obra o tenentismo, depois ele acrescenta que é muito importante a utilização do conjunto da história oral com a e escrita. Porém ele revela que faltou um ponto importante, que é o fato de Ibarê na obra o tenentismo, estender o período até a década seguinte.
O professor Antônio Lindvaldo Sousa, deu continuidade às atividades da noite, relatando seus primeiros contatos com as obras de José Ibarê da Costa Dantas. É a partir desse dialogo que o palestrante afirma seguir sua fala no encontro.  Para da continuidade ele revela a influência das obras de Ibarê  na confecção de monografias produzidas pelos alunos do departamento de história. Em seguida o Sousa ressalta o levantamento que fez com as monografias que tiveram com principal referencial teórico as obras do homenageado. Todo esse levantamento teve caráter quantitativo e qualitativo. Por fim, ele ressalta que a obra de ibarê é muito importante não apenas para entendermos a história política de Sergipe, mas também as outras esferas da sociedade, assim como a cultura, economia enfim.    
No último dia do evento, tivemos a honra de prestigiar um dos mais importantes autores da historiografia sergipana. Com muito humor Ibarê agradeceu a homenagem e começou falando sobre o objetivo de suas obras, motivações e carência de Sergipe nessa área. Segundo ele, foi à postura dos paulistas que o levou a escrever sobre a história política do nosso estado, também declarou que para ele foi um desafio, porém gratificante, inclusive o escrever quando a pesquisa está preparada para tal, e assim Dantas descreve cada uma de suas obras, os desafios,  benefícios e anseios que sentiu em escrever cada uma delas. 


  

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Relação entre Sergipe e Sorocaba, a partir do texto: As potencialidades da história local para a produção do conhecimento em sala de aula: O enfoque do município de Sorocaba.


Arnaldo Pinto Junior reflete sobre o ensino de história para estudantes de ensino médio e fundamental, segundo ele são muitas as amarras que dificultam o trabalho do profissional. Entre sua abordagem, Júnior revela que as idéias hegemônicas que circulam nos meios sociais juntamente com as produções culturais europeizantes provoca uma visão global da história, desvalorizando assim as especificidades da história local. Ele ainda destaca a questão do distanciamento da população para com a cultura e os valores provocados pela construção de imagens da mídia e da indústria do entretenimento,ele ressalta que prevalece a história de visão tradicional voltada para um estudo conteudista, celebrativo, único e verdadeiro, ou seja, uma história construída através de grandes homens e acontecimentos que apresenta uma única versão verdadeira.
Para mudar um pouco este cenário, o professor propõe discutir as potencialidades da história local para o ensino médio e fundamental para isso ele sugere estimular o processo de ensino aprendizagem através de pesquisas, as quais se relacionam com a experiência dos alunos. Com isso afirma Júnior: “A história local pode ser utilizada não apenas para situar o aluno no seu tempo e espaço, mas também para destruir visões homogenizadoras que se propagam com as versões históricas gerais.” (2001, p.38)
Continuando sua abordagem, o autor toma a história da cidade de Sorocaba no interior de São Paulo, para assim justificar Seus argumentos. Segundo  ele, está cidade teve sua história ligada a sua grande feira de muares que abastecia toda a região no transporte de carga da região sudeste, porém a modernidade e o progresso apresentam outros símbolos, assim como, estradas de ferro, instalações de unidades industriais, a partir daí as elites econômicas e os intelectuais da cidade passam defender um passado promissor, onde as mais modernas técnicas de industriais eram aplicadas para o bem de seus habitantes e progresso de São Paulo, deixando o passado da feira de animais para trás, como se fosse vergonhoso para a moderna Sorocaba ter sido edificada sobre esses princípios.     
A história de Sorocaba se aproxima muito da de Sergipe, ambas tiveram uma elite que visava criar uma identidade através do avanço econômico, político e cultural da época, deixando de lado o passado colonial. No caso de Sergipe as idéias de modernidade surgem com a transferência da capital. A elite de Sergipe estava influenciada pelos ideais progressistas de outras regiões, estes eram filhos de senhores do açúcar em ascensão na época. Com a mudança da capital, a população que vivia na região foi expulsa de suas residências, para ocupar o subúrbio. Está mudança que aconteceu na capital de Sergipana, pode ser observada nos dias atuais, onde ainda há diversos símbolos que remetem a elite e a seus feitos, assim com estatuas, ruas, museus etc. Como afirma Souza “A elite não se preocupou apenas com aspecto físico da capital, eles se preocuparam  com a história e a geografia de sergipana pautando- se na busca de uma identidade para Sergipe.” ( 2010. P 128 ).

Referencias Bibliográfica
PINTO, Arnaldo Junior. As potencialidades da História Local para a produção de conhecimento em sala de aula: O enfoque do município de Sorocaba. Revista do instituto brasileiro de edições pedagógicas, 2001. ano 1, N° 3
In: Souza, Antônio Lindvaldo. Temas de História de Sergipe II. Universidade Federal de Sergipe, CESAD, 2010









Resenha: "Os Corumbas"de Amando Fontes


Olá pessoal, hoje vamos à Aracaju nas primeiras décadas do século XX. Para isso tomaremos a obra “Os Corumbas” de Amando Fontes. Espero que vocês gostem desta viagem, pois haverá outras ainda melhor. 

Amando Fontes, nasceu em 15 de maio de 1899 em Santos estado de São Paulo. Aos cinco meses seu pai o farmacêutico Turíbio da Silva Fontes faleceu. Em seguida a família volta para Aracaju de onde era oriunda. Em Aracaju Fontes começou a freqüentar a escola normal seguindo para o Ateneu Sergipense. Com quinze anos começou a trabalhar no Diário da manhã, de Aracaju, tempos depois se mudou para Belo Horizonte com o objetivo de trabalhar para pagar seus estudos, lá ele teve contato com as letras sendo influenciado por clássicos Portugueses e pelos poetas  nacionais, entre eles Machado de Assis. Em 1917 retorna a terra natal por motivos de saúde. Em 1919 viaja para o rio de Janeiro para freqüentar a escola nacional de medicina. Ainda por motivos de saúde retorna para Sergipe e se associa ao tio na exploração de salinas nos arredores de Aracaju e da fazenda de sua família. Foi durante este período, que Fontes começou a escrever os Corumbas, este publicado em 1933. Elogiado pela crítica, foi o primeiro a obter o prêmio Felipe de Oliveira.
É importante situar o autor em seu tempo. Amando Fontes viveu em Aracaju durante o período no qual ele usa de cenário para seu romance. Durante as primeiras décadas do século XX, a capital sergipana passava por um processo de mudança, onde a nova capital se torna o centro econômico do estado, surgem fábricas, porto, salinas e vários outros campos de trabalho, assim como os jornais e escolas, no entanto é importante ressaltar que estas atividades estavam ligadas a fatores externos, estes possibilitaram não só o avanço econômico, mas também cultural, pois aumentará o número de intelectuais, os quais  em sua maioria eram filhos de senhores que iam estudar em outras regiões do Brasil como Pernambuco e Bahia, mas além destes destaca-se também a variedade cultural que circulava em Aracaju fora do quadrado de Pirro, esta era composta pela população que habitava o morro do Santo Antônio, eram trabalhadores das fabricas Sergipe Industrial e a empresa têxtil.
A narrativa de os Corumbas retrata a história de famílias que fugiam da seca do interior indo para a capital com a esperança de mudar de vida com o emprego nas fabricas. Para contar está história, Fontes narra à trajetória da família de Geraldo Corumba, o qual foge da seca no interior do estado à procura de uma nova vida na capital. Durante sua narrativa Fontes aborda a vida nas fabricas de Aracaju destacando as mulheres e  as dificuldades que as famílias passavam com o baixo salário, alto grau de mortalidade provocada não só pela má condição de trabalho, mas também pelos surtos de epidemias que assolava a região.
A família Corumba passa por todas as dificuldades expostas acima, de início as filhas mais velhas o filho e o pai trabalham para ajudar nas despesas, conservando as duas mais novas na escola, uma muito doente não prospera nos estudos e a outra consegue alcançar um grau maior, mas não conclui. Não demorou, para as moças mais velhas da casa cair na prostituição, pois nas fábricas eram muitas as mulheres, inclusive as moças e crianças, muitas delas eram seduzidas e ameaçadas por seus superiores, assim relata.
“Foi Misael o contramestre da minha seção... Miserável ele não gosta de mim, porque eu não sou como as outras, que lhe dão confiança... Safado! Uma vez me deu uma palmada nas cadeiras. Mas eu desgracei logo com ele. Gritei-lhe logo no fucinho: A trevido! Moleque! Vá bater na sua mãe, peste! O povo todo viu... Ele ficou danado comigo e por isso vivi de prevenção... Hoje só porque eu cheguei um bocadinho mais tarde- ainda não tinham fechado o ponto- o infame disse que eu não entrava neste quarto”. (FONTES. 1933. P.25).
O filho era o que mais avançava na profissão, mas ao ser influenciado por ideais revolucionários acaba sendo preso e deportado, o que agrava ainda mais a situação da família tendo que sacrificar a filha do meio no trabalho das fabricas, porém esta não tarda a morrer, pois a saúde já não era das melhores e com o trabalho só piorou. É quando a filha mais nova deixa a escola para ajudar a família nas despesas, o destino dela seria o mesmo das outras duas, a prostituição. As mulheres das fabricas, não eram bem vistas pela sociedade.
“Mariinha começou a contar o que Deu com  Amélia, sua irmã, um dia desses. Ela trabalha no escritório da Têxtil. É uma moça bonita, bem altona,  e tem um proceder correto como poucas. Pois bem: gostava a muito tempo de um rapaz lá da cidade. Estava quase noiva. E, quando é agora, ele acaba com tudo de uma vez, obrigado pela família, que não quis o casamento nem por nada, só porque ela é uma  moça do tecido...  A gente ficou pensando que tem mesmo uma sorte triste. Contra ela não há remédio que sirva, porque a moça que trabalha numa fabrica pode ser boa e direita como for, que não adianta. É sempre tratada de resto, com desprezo...Todos torcem a boca para um lado e vão dizendo É uma operária...Como se todas fossem iguais!” ( FONTES. 1933.141)
Depois de tantas dificuldades, o casal volta para o interior, mas desta vez sozinhos, perderam as três filhas para a prostituição, uma morta e o único filho deportado como um bandido.
Os Corumbas apesar de ser uma obra literária, possui um caráter forte, onde o autor usa a realidade sofrida da população pobre, vitimas da exploração do capitalismo,onde os trabalhadores são submetidos a miséria sem nenhuma garantia de condições melhores. Para a história, “Os Corumbas” tem um papel muito importante,  pois nos mostra como se dava as relações socias e culturais da população que habitava a região fora do quadrado de pirro, em um período em que as discussões dos intelectuais estavam mais voltadas para formação de uma identidade através da educação para a formação do trabalho e das contendas sobre os limites entre Sergipe e Bahia.



    


domingo, 6 de maio de 2012

Seminário: Índios em Sergipe e Índios Xokó (hoje)




Concretizado nos dias 19 e 20 de Abril de 2012 no auditório da Geografia da UFS, campus São Cristóvão, o Seminário: Índios em Sergipe e índio Xokó (Hoje), foi realizado pelo GPCIR (grupo de pesquisa Cultural, Identidades e Religiosidade) sobre a coordenação dos discentes, Cacilda Missias de Jesus Santiago, Leandro Souza de Oliveira, Marina Leite Suzart, Marcos Paulo Carvalho Lima e o professor Dr. Antônio Lindvaldo Sousa. O evento contou com as seguintes participações: dia 19 Antônio Lindvaldo doutor da UFS, Beatriz Góis Dantas com a temática “Índios em Sergipe”, Pedro Abelardo “A catequese e a civilização dos índios no império”, Whitney Fernandes “As atitudes dos índios de Pacatuba diante da usurpação de suas terras”.
            A antropóloga e professora Beatriz Góis Dantas, pioneira na pesquisa sobre índios em Sergipe, deu inicio as palestras da noite falando sobre seu trabalho. Durante sua palestra a professora ressaltou a diferença entre a cultura e a língua dos diferentes povos indígenas. Os Kiriri eram povos que falavam outra língua, residiam na região do São Francisco e Tomar D’ Geru, essas comunidades indígenas praticavam alguns rituais muito importantes, entre eles está a guerra, onde a matança do guerreiro era feita na “aldeia”. Em sua obra Góis ressalta a ocupação de terras indígenas pelos fazendeiros e grandes e grandes agricultores. É neste contexto que ela cita a lei de terras de 1850, a qual tirava o direito dos índios sobre as suas terras. Ainda em relação a isso, ela declara que o governo declara não haver índios em Sergipe e sim mestiços.  É diante desta conjuntura, que os índios Xokó lutaram para reconquistar suas terras.
            Concomitante com as ideias de Beatriz Góis Dantas, Pedro Abelardo deu continuidade com o tema: “A catequese e a civilização dos índios no Império”. O professor começou seu discurso, afirmando que houve duas formas de catequese, uma antes e outra após a independência. José Bonifácio retoma a ideia de catequese dos índios, porém com uma denotação diferente da dos jesuítas. A catequese empregada por Bonifácio objetivava transformar os “selvagens” em população comum, essa era uma tática para “civiliza-los”, ou seja, fazer o índio deixar de ser índio. Logo em seguida, o governo vai afirmar que em Sergipe não possui índio, mas sim mestiços misturados com a população. Esse processo de “civilização” infringido pelo governo levava os índios à marginalização.
            O palestrante Whitney Fernandes, encerrou as apresentações da noite falando sobre “As atitudes dos índios em Pacatuba diante da usurpação de suas terras”. Com as declarações do pesquisador conseguimos identificar as reações dos índios de Pacatuba durante o processo de usurpação e apropriação de suas terras.
            No dia 20/04, as apresentações prosseguiram com os palestrantes, Avelar Araújo Santos; “A retomada de uma identidade”. Apolônio Xokó, “A Luta do povo Xokó”. Avelar começou o seminário da noite, já que a professora Helia Maria de Paula Barreto por motivos pessoais não pode comparecer. A velar deu inicio abordando as questões das terras indígenas. Em seguida ele fez um panorama geral dos territórios indígenas, outrossim,  o território dos índios estão em processo de reconhecimento. Ele ainda indagou sobre o crescimento da população nativa, onde entre os 225 há 180 formas linguísticas diferentes, entre estes são encontrados em média 315 vivendo em espaços urbanos.
            Por fim, Apolônio Xokó ex- cacique, deu continuidade frisando sobre a luta de seu povo sobre as terras da Caiçara. Em meio às dificuldades, Apolônio afirma que o sentimento de identidade de seu povo nunca foi tirado, ao contrário ele só aumentou. Durante a década de setenta, o povo Xokó foi expulso de suas terras e privados de usa-las. Somente em 1993, as terras foram reapossadas pelos índios, isso diz Apolônio, depois de muita insistência perante a FUNAI, e com a ajuda de pesquisadores.     

domingo, 29 de abril de 2012

Aula Pública: "O sertão tem História"




          Seguimos para o ciclo de estudos "O Sertão tem história" nos dias 14 e 15 de abril.” Saímos de Aracaju ás 6: 30h com destino a Gararu  e Porto da Folha. As aulas públicas sobre o sertão sergipano teve inicio na igreja de Gararu ás 11: 25h, lá o professor Antônio Lindvaldo Sousa (organizador da viagem), explicou que a igreja foi fundada em 1910 durante o período da teologia da libertação. Ao observar a igreja, Sousa ressalta que ela possui características do catolicismo guerreiro, nas imagens podemos identificar a dor e o sofrimento que é representado pela figura do Cristo morto. O professor ainda revela que este cenário obedece ao contexto da época, onde a fome e seca se fazia presente. Anexo I e II.
            Em seguida fomos conduzidos para o curral de pedras de seu Pedro, o qual ao longo dos anos vem tentando manter a tradição conservando e melhorando o curral. Seu Pedro nos mostrou as cercas mais antigas e recentes da localidade, durante a aula o proprietário relatou as principais funções da cerca e a sua importância na criação de gado e plantação de gêneros alimentícios, como o arroz. “Durante muitos anos plantamos arroz nesse alagado, vendíamos muitas sacas, mas com a construção da usina a água não entra mais e agora temos que comprar os quilos do arroz,” diz seu Pedro. Anexo III, IV e V.

            Depois das aulas, nos deslocamos até Porto da Folha para almoçar e descansar. Depois dessas atividades, tivemos a terceira aula do dia que se seguiu na igreja de Porto da Folha. Na igreja, o professor atentou para os aspectos diferenciados dos da igreja de Gararu. Para ministrar a aula Sousa usou o painel do artista Juvenal Vieira Bomfim de 1970, o painel retrata a vida cotidiana dos moradores, onde não existe mais aquela ideia de dor e sofrimento muito presente na de Gararu. Anexo VI. As aulas do dia teve fim na ilha do ouro, onde o professor terminou as aulas no estabelecimento de Antônio Carlos de Aracaju, lá ele revisou o que tínhamos presenciado durante o dia. E em seguida para descontrair, tivemos; apresentação teatral, grupo folclórico, piadas musicas e histórias. Anexo VII e VIII.

            No dia seguinte depois do café, fomos novamente a ilha do Ouro, dessa vez para apreciarmos a visão e visitarmos o rio capivara importante para a história local. Em seguida, nos dirigimos para a ilha São Pedro, onde fica a comunidade indígena Xokó, depois de percorre um longo caminho, chegamos na ilha, fomos bem recebidos  e depois de almoçar ouvimos a palestra do ex-cacique Apolônio que contou um pouco da luta pelas terras e da importância da universidade nessa empreitada, por fim fomos agraciados com a apresentação do toré. Anexo IX e X.  

segunda-feira, 23 de abril de 2012

(Imagens) Aula Pública: "O sertão tem História"



               I e II ( igreja de Gararu) 





























                  III,  IV e V ( Curral de Pedras)


VI ( Igreja de Porto da Folha)

VII e VIII ( Ilha do Ouro)




IX , X e XI ( Ilha de São Pedro)
















domingo, 4 de março de 2012


A IDENTIDADE SERGIPANA NOS TEXTOS QUE TRATAM DAS QUESTÕES DE LIMITES TERRITORIAIS ENTRE SERGIPE E BAHIA (1900-1930)- O ENFOQUE DE SERGIPE NO PERÍODO COLONIAL. 

Os limites entre Sergipe e Bahia, tornou-se discussão durante o período de 1900 a 1930 (mil novecentos a mil novecentos e trinta), de um lado historiadores e geógrafos sergipanos buscaram os motivos que colaboram na formação dos limites territoriais atuais, do outro, intelectuais baianos tentam provar que as terras englobadas a capitania da Bahia de Todos os Santos não aconteceu de forma ilegal. É neste contexto, que foram demostrados os primeiros limites de Sergipe, onde segundo consta nas obras analisadas estavam além do rio Real, os quais foram se perdendo durante o período colonial, através de vários fatores de ordem econômica; com o avanço dos criadores de gado, religiosa; a expansão da cristandade e política; através da influência que os governadores exerciam sobre o poder local.