Arnaldo
Pinto Junior reflete sobre o ensino de história para estudantes de ensino médio
e fundamental, segundo ele são muitas as amarras que dificultam o trabalho do
profissional. Entre sua abordagem, Júnior revela que as idéias hegemônicas que
circulam nos meios sociais juntamente com as produções culturais europeizantes
provoca uma visão global da história, desvalorizando assim as especificidades
da história local. Ele ainda destaca a questão do distanciamento da população
para com a cultura e os valores provocados pela construção de imagens da mídia
e da indústria do entretenimento,ele ressalta que prevalece a história
de visão tradicional voltada para um estudo conteudista, celebrativo, único e
verdadeiro, ou seja, uma história construída através de grandes homens e
acontecimentos que apresenta uma única versão verdadeira.
Para
mudar um pouco este cenário, o professor propõe discutir as potencialidades da
história local para o ensino médio e fundamental para isso ele sugere estimular
o processo de ensino aprendizagem através de pesquisas, as quais se relacionam
com a experiência dos alunos. Com isso afirma Júnior: “A história local pode
ser utilizada não apenas para situar o aluno no seu tempo e espaço, mas também
para destruir visões homogenizadoras que se propagam com as versões históricas
gerais.” (2001, p.38)
Continuando
sua abordagem, o autor toma a história da cidade de Sorocaba no interior de São
Paulo, para assim justificar Seus argumentos. Segundo ele, está cidade teve
sua história ligada a sua grande feira de muares que abastecia toda a região no
transporte de carga da região sudeste, porém a modernidade e o progresso
apresentam outros símbolos, assim como, estradas de ferro, instalações de
unidades industriais, a partir daí as elites econômicas e os intelectuais da
cidade passam defender um passado promissor, onde as mais modernas técnicas de
industriais eram aplicadas para o bem de seus habitantes e progresso de São
Paulo, deixando o passado da feira de animais para trás, como se fosse
vergonhoso para a moderna Sorocaba ter sido edificada sobre esses princípios.
A
história de Sorocaba se aproxima muito da de Sergipe, ambas tiveram uma elite
que visava criar uma identidade através do avanço econômico, político e
cultural da época, deixando de lado o passado colonial. No caso de Sergipe as
idéias de modernidade surgem com a transferência da capital. A elite de Sergipe
estava influenciada pelos ideais progressistas de outras regiões, estes eram
filhos de senhores do açúcar em ascensão na época. Com a mudança da capital, a
população que vivia na região foi expulsa de suas residências, para ocupar o
subúrbio. Está mudança que aconteceu na capital de Sergipana, pode ser
observada nos dias atuais, onde ainda há diversos símbolos que remetem a elite
e a seus feitos, assim com estatuas, ruas, museus etc. Como afirma Souza “A
elite não se preocupou apenas com aspecto físico da capital, eles se
preocuparam com a história e a geografia
de sergipana pautando- se na busca de uma identidade para Sergipe.” ( 2010. P
128 ).
Referencias
Bibliográfica
PINTO,
Arnaldo Junior. As potencialidades da
História Local para a produção de conhecimento em sala de aula: O enfoque do
município de Sorocaba. Revista do instituto brasileiro de edições
pedagógicas, 2001. ano 1, N° 3
In:
Souza, Antônio Lindvaldo. Temas de
História de Sergipe II. Universidade Federal de Sergipe, CESAD, 2010
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