Concretizado
nos dias 19 e 20 de Abril de 2012 no auditório da Geografia da UFS, campus São
Cristóvão, o Seminário: Índios em Sergipe e índio Xokó (Hoje), foi realizado
pelo GPCIR (grupo de pesquisa Cultural, Identidades e Religiosidade) sobre a coordenação
dos discentes, Cacilda Missias de Jesus Santiago, Leandro Souza de Oliveira,
Marina Leite Suzart, Marcos Paulo Carvalho Lima e o professor Dr. Antônio
Lindvaldo Sousa. O evento contou com as seguintes participações: dia 19 Antônio
Lindvaldo doutor da UFS, Beatriz Góis Dantas com a temática “Índios em
Sergipe”, Pedro Abelardo “A catequese e a civilização dos índios no império”,
Whitney Fernandes “As atitudes dos índios de Pacatuba diante da usurpação de
suas terras”.
A antropóloga e professora Beatriz
Góis Dantas, pioneira na pesquisa sobre índios em Sergipe, deu inicio as
palestras da noite falando sobre seu trabalho. Durante sua palestra a
professora ressaltou a diferença entre a cultura e a língua dos diferentes
povos indígenas. Os Kiriri eram povos que falavam outra língua, residiam na
região do São Francisco e Tomar D’ Geru, essas comunidades indígenas praticavam
alguns rituais muito importantes, entre eles está a guerra, onde a matança do
guerreiro era feita na “aldeia”. Em sua obra Góis ressalta a ocupação de terras
indígenas pelos fazendeiros e grandes e grandes agricultores. É neste contexto
que ela cita a lei de terras de 1850, a qual tirava o direito dos índios sobre
as suas terras. Ainda em relação a isso, ela declara que o governo declara não
haver índios em Sergipe e sim mestiços. É diante desta conjuntura, que os índios Xokó
lutaram para reconquistar suas terras.
Concomitante com as ideias de Beatriz
Góis Dantas, Pedro Abelardo deu continuidade com o tema: “A catequese e a
civilização dos índios no Império”. O professor começou seu discurso, afirmando
que houve duas formas de catequese, uma antes e outra após a independência.
José Bonifácio retoma a ideia de catequese dos índios, porém com uma denotação
diferente da dos jesuítas. A catequese empregada por Bonifácio objetivava transformar os “selvagens” em população comum, essa era uma tática para
“civiliza-los”, ou seja, fazer o índio deixar de ser índio. Logo em seguida, o
governo vai afirmar que em Sergipe não possui índio, mas sim mestiços
misturados com a população. Esse processo de “civilização” infringido pelo
governo levava os índios à marginalização.
O palestrante Whitney Fernandes,
encerrou as apresentações da noite falando sobre “As atitudes dos índios em
Pacatuba diante da usurpação de suas terras”. Com as declarações do pesquisador
conseguimos identificar as reações dos índios de Pacatuba durante o processo de
usurpação e apropriação de suas terras.
No dia 20/04, as apresentações
prosseguiram com os palestrantes, Avelar Araújo Santos; “A retomada de uma
identidade”. Apolônio Xokó, “A Luta do povo Xokó”. Avelar começou o
seminário da noite, já que a professora Helia Maria de Paula Barreto por
motivos pessoais não pode comparecer. A velar deu inicio abordando as questões
das terras indígenas. Em seguida ele fez um panorama geral dos territórios indígenas,
outrossim, o território dos índios estão
em processo de reconhecimento. Ele ainda indagou sobre o crescimento da
população nativa, onde entre os 225 há 180 formas linguísticas diferentes,
entre estes são encontrados em média 315 vivendo em espaços urbanos.
Por fim, Apolônio Xokó ex- cacique, deu continuidade frisando sobre a luta de seu povo sobre as terras da Caiçara.
Em meio às dificuldades, Apolônio afirma que o sentimento de identidade de seu
povo nunca foi tirado, ao contrário ele só aumentou. Durante a década de
setenta, o povo Xokó foi expulso de suas terras e privados de usa-las. Somente
em 1993, as terras foram reapossadas pelos índios, isso diz Apolônio, depois de
muita insistência perante a FUNAI, e com a ajuda de pesquisadores.
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