domingo, 6 de maio de 2012

Seminário: Índios em Sergipe e Índios Xokó (hoje)




Concretizado nos dias 19 e 20 de Abril de 2012 no auditório da Geografia da UFS, campus São Cristóvão, o Seminário: Índios em Sergipe e índio Xokó (Hoje), foi realizado pelo GPCIR (grupo de pesquisa Cultural, Identidades e Religiosidade) sobre a coordenação dos discentes, Cacilda Missias de Jesus Santiago, Leandro Souza de Oliveira, Marina Leite Suzart, Marcos Paulo Carvalho Lima e o professor Dr. Antônio Lindvaldo Sousa. O evento contou com as seguintes participações: dia 19 Antônio Lindvaldo doutor da UFS, Beatriz Góis Dantas com a temática “Índios em Sergipe”, Pedro Abelardo “A catequese e a civilização dos índios no império”, Whitney Fernandes “As atitudes dos índios de Pacatuba diante da usurpação de suas terras”.
            A antropóloga e professora Beatriz Góis Dantas, pioneira na pesquisa sobre índios em Sergipe, deu inicio as palestras da noite falando sobre seu trabalho. Durante sua palestra a professora ressaltou a diferença entre a cultura e a língua dos diferentes povos indígenas. Os Kiriri eram povos que falavam outra língua, residiam na região do São Francisco e Tomar D’ Geru, essas comunidades indígenas praticavam alguns rituais muito importantes, entre eles está a guerra, onde a matança do guerreiro era feita na “aldeia”. Em sua obra Góis ressalta a ocupação de terras indígenas pelos fazendeiros e grandes e grandes agricultores. É neste contexto que ela cita a lei de terras de 1850, a qual tirava o direito dos índios sobre as suas terras. Ainda em relação a isso, ela declara que o governo declara não haver índios em Sergipe e sim mestiços.  É diante desta conjuntura, que os índios Xokó lutaram para reconquistar suas terras.
            Concomitante com as ideias de Beatriz Góis Dantas, Pedro Abelardo deu continuidade com o tema: “A catequese e a civilização dos índios no Império”. O professor começou seu discurso, afirmando que houve duas formas de catequese, uma antes e outra após a independência. José Bonifácio retoma a ideia de catequese dos índios, porém com uma denotação diferente da dos jesuítas. A catequese empregada por Bonifácio objetivava transformar os “selvagens” em população comum, essa era uma tática para “civiliza-los”, ou seja, fazer o índio deixar de ser índio. Logo em seguida, o governo vai afirmar que em Sergipe não possui índio, mas sim mestiços misturados com a população. Esse processo de “civilização” infringido pelo governo levava os índios à marginalização.
            O palestrante Whitney Fernandes, encerrou as apresentações da noite falando sobre “As atitudes dos índios em Pacatuba diante da usurpação de suas terras”. Com as declarações do pesquisador conseguimos identificar as reações dos índios de Pacatuba durante o processo de usurpação e apropriação de suas terras.
            No dia 20/04, as apresentações prosseguiram com os palestrantes, Avelar Araújo Santos; “A retomada de uma identidade”. Apolônio Xokó, “A Luta do povo Xokó”. Avelar começou o seminário da noite, já que a professora Helia Maria de Paula Barreto por motivos pessoais não pode comparecer. A velar deu inicio abordando as questões das terras indígenas. Em seguida ele fez um panorama geral dos territórios indígenas, outrossim,  o território dos índios estão em processo de reconhecimento. Ele ainda indagou sobre o crescimento da população nativa, onde entre os 225 há 180 formas linguísticas diferentes, entre estes são encontrados em média 315 vivendo em espaços urbanos.
            Por fim, Apolônio Xokó ex- cacique, deu continuidade frisando sobre a luta de seu povo sobre as terras da Caiçara. Em meio às dificuldades, Apolônio afirma que o sentimento de identidade de seu povo nunca foi tirado, ao contrário ele só aumentou. Durante a década de setenta, o povo Xokó foi expulso de suas terras e privados de usa-las. Somente em 1993, as terras foram reapossadas pelos índios, isso diz Apolônio, depois de muita insistência perante a FUNAI, e com a ajuda de pesquisadores.     

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